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Sobre os ásanas


Os ásanas que ajudam a preparar o corpo para a permanência nas posturas meditativas são denominados genericamente "culturais". O número de ásanas culturais era pequeno antigamente e insistia-se nos ásanas de meditação. Provavelmente, ao observar a dificuldade da realização dos ásanas meditativos, os culturais foram se desenvolvendo e, gradualmente, observou-se experimentalmente que, com a prática desses ásanas, algumas enfermidades e moléstias físicas eram eliminadas, dando lugar ao bem-estar.

Posteriormente, a descrição dos ásanas passou a incluir benefícios. Diz-se nos textos de Hatha Yoga que há tantos ásanas como espécies de animais. No Hatha Yoga Pradipika, afirma-se que Shiva declarou que são 84, dos quais os quatro mais importantes são: Siddhasana, Padmasana, Simhasana e Bhadrasana. Nas primeiras Upanishads não se mencionam ásanas; a primeira menção é na Shetavastara Upanisad. Os textos épicos Ramayana e Mahabharata fazem referência a ásana como postura sentada. No Mahabharata são mencionados 12 tipos de yoga, dos quais Desa Yoga e Upana Yoga referem-se à prática de ásana como postura. Quando se pratica num lugar solitário e adequado é denominado Desa Yoga, e quando se realiza a prática de Dhyana é chamado Upana Yoga. Buda é representado em muitas imagens em Padmasana, e o yoga budista apresenta várias formas de asanas. Durante o período Smrti, encontram-se descrições elaboradas de ásanas, como no texto Brhadyogiyajnavalkya Smrti. Na realidade, o ásana é um processo que começa em nível físico e termina na completa estabilidade do corpo e da mente. Nos Yogasutras de Patanjali, não são citados ásanas, mas são dadas suas características: estabilidade e conforto. Outros sinônimos de ásanas utilizados nos textos são: pitha, vistara e nisadana. Enquanto o Hatha Pradipika descreve 15 ásanas, o Geranda Samhita descreve 34, o Goraksa Shataka, 2, o Hathasanketa Chandrika, 48 e o Hatha Ratnavali, 78. Considera-se que o número de ásanas é inumerável e que só Shiva conhecia todos. Ainda que o ásana seja praticado com o corpo, produz efeitos na mente.

No Tejobindu Upanisad, ásana é definido como "o que possibilita contemplar o Absoluto continuamente e por um longo tempo". No geranda Samhita, encontramos a descrição de shavasana como produzindo efeitos de quietude e alivio mental, ou seja, entra no plano psíquico; e a descrição de bhujangasana refere-se ao despertar de Kundalini.

-Fonte: A Essência do Hatha Yoga - Alicia Souto -Imagem: Tratak posture, from the Bahr al-hayat, AH 11 Rabi al-awwal. 1130 (February 12, 1718). University of North Carolina Rare Book Collection. No livro: Yoga The Art Of Transformation at Sackler Gallery - Debra Diamond





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